Poeira: Demônios e maldições Autor, de Nelson de Oliveira

02.07.2012 - Livro

Ambientado numa realidade alternativa, Poeira: demônios e maldições

traz humor ácido e paisagens que lembram filmes de ficção científica

Sobre o livro

Poeira: demônios e maldições, de Nelson de Oliveira, é situado em uma realidade alternativa, numa cidade não nomeada. A princípio, trata-se de um romance a respeito de um mundo onde a publicação de livros foi estritamente proibida. Aos poucos, contudo, novas obras começam a surgir, misteriosamente, na biblioteca chefiada pelo temido Frederico e depois em todo o planeta.

Se de um lado há o enigma dos livros clandestinos, cada vez mais numerosos, de outro pessoas desaparecem, como Estela, mulher de Frederico; Renata, sua filha; Pedro Penna, um tipo de investigador, e até mesmo Frederico, o bibliotecário-chefe, que, depois dos livros, é o personagem mais presente nesta narrativa.

A partir do seu sequestro, o leitor é transportado para o mundo calorento e subterrâneo dos demônios fazedores de livros, pequenas e estranhas criaturas que têm a função de raptar humanos e usá-los como trabalhadores numa imensa gráfica localizada no centro da Terra. O absurdo vai ganhando então mais espaço e revela a surpreendente habilidade criativa deste autor que estabelece diálogos com manifestações já tradicionais da literatura, como o realismo fantástico e a fantasia distópica, mas transformando-as com muita originalidade.

Por meio de um humor ácido e com paisagens que lembram filmes de ficção científica (Metrópolis, de Fritz Lang, ou Blade Runner, de Ridley Scott), Poeira: demônios e maldições traz um novo tema para nossa literatura e consagra Nelson de Oliveira como um dos melhores e mais sofisticados prosadores da literatura brasileira contemporânea.

Sobre o autor

Nelson de Oliveira nasceu em 1966, em Guaíra, São Paulo. Escritor e mestre em Letras pela USP, publicou, entre outros, O filho do Crucificado (contos, 2001, também lançado no México), A maldição do macho (romance, 2002, publicado também em Portugal), Verdades provisórias (ensaios, 2003) e Ódio sustenido (contos, 2007). Em 2001 organizou a antologia Geração 90: manuscritos de computador e em 2003 Geração 90: os transgressores, com os melhores prosadores brasileiros surgidos no final do século XX. Ainda em 2003 editou com Marcelino Freire o número único da revista PS:SP. Dos prêmios que recebeu, destacam-se o Casa de las Américas (1995), os da APCA (2001 e 2003) e o Clarice Lispector da Fundação Biblioteca Nacional.